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Casos de dengue no inverno aumentam 157% em comparação ao ano passado

  • Foto do escritor: Andrei Nardi
    Andrei Nardi
  • 1 de ago. de 2024
  • 2 min de leitura

Mudanças climáticas e alta histórica de casos são apontadas como principais causas do aumento durante o inverno

 

Os casos prováveis de dengue no inverno deste ano são 157% maiores do que no mesmo período do ano passado, conforme dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde. Entre as semanas epidemiológicas de 25 a 30, de 16 de junho a 27 de julho, foram registrados 191.819 casos, comparados aos 74.576 casos do ano anterior.

Normalmente, os meses de inverno, de junho a setembro, apresentam uma queda nos casos de dengue devido às temperaturas mais baixas, que dificultam a reprodução dos mosquitos. No entanto, fatores como mudanças climáticas e a alta histórica de casos no início do ano contribuíram para o aumento dos casos neste inverno.

“O principal momento de reprodução do mosquito acontece com elevadas temperaturas e alta pluviosidade. Então frio e falta de chuva diminuem a quantidade de vetor naturalmente”, afirma Júlio Croda, médico infectologista e pesquisador da Fiocruz. A alta umidade, aumento das chuvas fora de época e fenômenos climáticos como o El Niño têm impactado negativamente, aumentando os casos de dengue em regiões previamente não afetadas.

Um inverno menos rigoroso, com noites frias e dias quentes, aliado a desastres naturais como as enchentes no Rio Grande do Sul, também favorece a proliferação do mosquito-da-dengue em momentos que a doença deveria estar em declínio.

A semana epidemiológica 30 (de 21 a 27 de julho) apresentou números similares ao ano anterior, com 7.486 casos comparados aos 7.482 do mesmo período de 2023. Carla Kobayashi, infectologista do Hospital Sírio Libanês, explica que os casos aparecem como uma curva e diminuem proporcionalmente em relação aos números dos primeiros meses do ano. "Ainda temos pessoas infectadas e um alto número do próprio mosquito porque não conseguimos controlar os focos para controle epidemiológico no verão", disse Kobayashi.

Situação da dengue no Brasil

Segundo o Ministério da Saúde, o número de casos de dengue no Brasil está em queda consecutiva e sustentada há 14 semanas. A pasta também informou ter investido R$ 1,5 bilhão no controle da arbovirose, com mobilização dos governos estaduais, municipais e da população.

Em 2024, foram registrados 6.430.659 casos prováveis de dengue e 4.897 óbitos. Em 2023, foram 1.649.144 casos e 1.179 mortes ao longo dos 12 meses.

O Ministério da Saúde está trabalhando na organização da rede de assistência aos pacientes, capacitação de profissionais, reavaliação do fluxo de atendimento e estudos sobre os casos graves, em discussões com o Conass, Conasems e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAs).

O aumento de casos de dengue também foi observado em países vizinhos, como Argentina, Peru e Paraguai. Regiões tropicais do sudeste asiático também estão mais propensas ao aumento de arboviroses devido às mudanças climáticas, destaca Croda.

Para prevenir a doença no inverno, especialistas recomendam eliminar focos de dengue, já que o frio é o melhor momento para isso. “É a hora ideal para limpar os focos com escova e sabão mesmo, porque os ovos que o mosquito depositou podem sobreviver até o próximo ano até em superfícies sem água”, diz Kobayashi.

Campanhas de conscientização, fiscalização e intensificação das vacinas contra a dengue são apontadas como medidas para controle da doença. “Não é só preparar o plano de contingência, mas testar esse plano, inclusive, com simulações”, conclui Croda.

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