Tendência de precipitações intensas preocupa para a segunda quinzena de junho
A chuva voltará de forma mais abrangente ao Rio Grande do Sul no próximo fim de semana, porém o cenário de precipitação, conforme os dados atuais, difere significativamente do observado no final de abril e início de maio, quando volumes extremamente altos resultaram em enchentes sem precedentes. As informações são da meteorologista Estael Sias, da MetSul Meteorologia.
O retorno das chuvas, previsto para a segunda metade de junho, ocorre após uma primeira quinzena marcada por pouca precipitação, o que permitiu a redução dos níveis dos rios e do Guaíba em Porto Alegre.
A semana que começa será predominantemente de tempo firme, com sol e nuvens, mantendo o padrão atmosférico observado até agora neste mês. Não há previsão de chuva para a maioria dos dias desta semana na maior parte dos municípios do estado. Contudo, nesta segunda-feira (10) e terça-feira (11), no Leste gaúcho, pode haver instabilidade muito isolada e com baixos volumes.
A previsão é que a chuva retorne para a maioria das regiões do Rio Grande do Sul no próximo fim de semana, entre os dias 15 e 16 de junho. A preocupação maior, no entanto, não é com as precipitações previstas para os dias 15 a 17, mas com a tendência de uma segunda quinzena de junho mais chuvosa.
A MetSul Meteorologia prevê muitos dias com registro de precipitação na segunda quinzena de junho, com acumulados elevados em partes do estado. Modelos meteorológicos indicam precipitações entre 50 mm e 100 mm na maioria das cidades do estado, concentradas entre os dias 15 e 19. Dados atuais sugerem acumulados superiores a 100 mm, especialmente na Metade Oeste do estado.
Mapas indicam que o período entre 15 e 25 de junho será de chuvas acima da média, e possivelmente muito acima da média, em parte do Rio Grande do Sul. Nos últimos dias de junho, a precipitação deve ficar perto ou acima da média no estado. Na primeira metade de julho, a chuva deve se situar em torno das médias históricas, embora a precisão do prognóstico seja maior a curto prazo.
A realidade no estado mudou após as enchentes de maio. Os impactos das chuvas nas cidades e rios podem ser diferentes devido à grande quantidade de sedimentos trazida pelas enchentes, que assorearam o delta do Jacuí, o Guaíba e outros rios como o Taquari, Caí e Sinos, agravando ainda mais a situação.
Com a previsão de chuvas mais volumosas para a segunda metade de junho, os efeitos podem ser distintos daqueles que ocorreriam antes das enchentes, já que os rios podem subir mais rapidamente em certos pontos. Além disso, a capacidade de drenagem urbana em Porto Alegre e outras cidades foi reduzida devido ao entupimento das redes de esgoto com lixo e lama, o que pode causar alagamentos em áreas que não alagavam anteriormente ou aumentar a severidade dos alagamentos em áreas já afetadas.
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