Psicóloga aborda os perigos da positividade tóxica e a importância de acolher emoções negativas

Jordana Calcing destaca como a cobrança por felicidade constante impacta a saúde mental

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Em conversa no programa Escuta Aqui, da Rádio Sideral, desta segunda-feira (16), a psicóloga Jordana Calcing abordou o tema positividade tóxica, destacando como a cobrança social por felicidade constante pode invalidar o sofrimento e prejudicar a saúde mental.

Segundo a especialista, vivemos em uma época em que há uma pressão para demonstrar felicidade e gratidão o tempo todo, especialmente nas redes sociais. Isso resulta em uma tendência a ignorar situações difíceis e a minimizar emoções como tristeza, frustração e raiva, que são naturais e fazem parte do desenvolvimento humano.

“Hoje, há uma cobrança social de mostrar-se feliz o tempo inteiro. A positividade tóxica surge quando nos forçamos a ver algo positivo em tudo, até mesmo em situações extremamente difíceis”, explica Jordana.

Impactos na saúde mental

A psicóloga alertou que a repressão das emoções negativas pode se manifestar no corpo e na mente: “Quando não falamos sobre o que sentimos, isso pode se expressar através de somatizações, como dores, gastrites ou transtornos de ansiedade e depressão. O sofrimento precisa fluir de forma natural”.

Ela também destacou a importância de respeitar o tempo individual para lidar com emoções difíceis, como ocorre em processos de luto. “Tem dias em que não estamos felizes, e está tudo bem. A tristeza, o choro e o sofrimento fazem parte da vida. Reprimir esses sentimentos gera mais dor no longo prazo”, acrescenta.

Influência das redes sociais

Jordana ressaltou que as redes sociais intensificam a positividade tóxica ao apresentar apenas versões idealizadas da vida. Isso pode levar as pessoas a comparações prejudiciais e sentimentos de fracasso. “As redes sociais acabam vendendo uma ideia distorcida de que todos têm que ser felizes e bem-sucedidos o tempo inteiro, o que é irreal e gera sofrimento emocional”, afirma.

Como acolher o sofrimento do outro

Outro ponto discutido foi a importância de acolher o sofrimento das pessoas sem invalidá-lo. Expressões como “pelo menos” tendem a minimizar a dor do outro. “Às vezes, o melhor que podemos fazer é simplesmente ouvir. Não precisamos dar conselhos ou buscar algo positivo. Ouvir é uma das formas mais potentes de acolhimento”, orienta Jordana.

A psicóloga concluiu reforçando que, para a saúde mental, é essencial respeitar o tempo de cada um e permitir-se viver todas as emoções, sejam positivas ou negativas. “As pessoas não precisam ser felizes o tempo inteiro. Falar, se alimentar bem e praticar exercícios físicos são fatores que, cientificamente, não têm substituto para a promoção da saúde mental”, finalizou.

Contato da psicóloga Jordana Calcing

• Redes sociais: Jordana Calcing

• WhatsApp: (54) 99102-8036

Na próxima semana, Jordana retorna à Rádio Sideral para falar sobre as emoções mobilizadas no período do Natal.

• Ouça a entrevista: